Um único nadador: eu.
O único veranista.
Atravessando a piscina de um lado ao outro com braçadas e mergulhando.
No alto do morrinho gramado, a cozinheira e o cortador de grama conversam, ambos sem serviço.
A grama já está cortada e os clientes se resumem a eu, que não vou gastar nada, que nem trouxe dinheiro, que vou pra casa comer os restos do almoço requentados no microondas.
Talvez eles conversem sobre o verão, sobre o calor, sobre a brisa, os prédios que estão sendo construídos ao redor do clube e que estão acabando com a bela vista.
Ela reclama dos latidos do cachorro, ele diz que cachorro preso tá sempre daquele jeito.
Ela diz que deixava ele solto, mas ele começou a criar problemas com os sócios.
Ele diz que não havia nenhum sócio ali, só aquele na piscina (eu), e que o cachorro poderia ficar livre pelo menos por aquela hora.
Ela ficou pensando.
Eu saí da piscina, esperei o sol secar as bermudas e, antes de ir embora, encontrei-os no parquinho, sentados lado a lado no balanço.
*
Joaquim K. Ducko
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